Realismo e Naturalismo
Em
1857 é publicado na França o romance "Madame Bovary", de Gustave
Flaubert, considerado o primeiro romance realista da literatura
universal. O primeiro romance naturalista é publicado em 1867, sendo
"Thérèse Raquin", de Émile Zola. No Brasil, considera-se 1881 o ano
inicial do Realismo brasileiro, com a publicação de "O Mulato", de
Aluísio Azevedo (primeiro romance naturalista brasileiro); e "Memórias
Póstumas de Brás Cubas"", de Machado de Assis (primeiro romance
realista do Brasil).
O Romantismo era a apoteose do sentimento; - o Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos - para condenar o que houve de mau na nossa sociedade.
(Eça de Queirós)
As características do
Realismo estão intimamente ligadas ao momento histórico, refletindo as
idéias do Positivismo, do Socialismo e do Evolucionismo. Manifesta o
objetivismo, como uma negação do subjetivismo romântico; o personalismo
cede terreno ao universalismo; o materialismo leva a negação do
sentimentalismo.O Realismo preocupa-se com o presente, o contemporâneo
(a volta ao passado histórico do Romantismo é posta de lado).
Os
autores do Realismo são adeptos do determinismo, pelo qual a obra de
arte seria determinada por três fatores: o meio; o momento; e a raça
(esta dizendo respeito à hereditariedade). O avanço das ciências, no
século XIX, tem grande influência, principalmente sobre os naturalistas
(daí falar-se em cientificismo nas obras desse período).
Ideologicamente, os autores desse período são antimonárquicos (defendem
o ideal republicano); negam a burguesia (a partir da célula-mãe da
sociedade, daí a presença constante dos triângulos amorosos - o pai
traído, a mãe adúltera e o amante, este sempre um "amigo da casa"); são
anticlericais (destacam-se os padres corruptos e beatas hipócritas).
Romance realista
É
uma narrativa mais preocupada com a análise psicológica, fazendo
crítica à sociedade a partir do comportamento de determinados
personagens. Faz uma análise da sociedade "por cima", visto que seus
personagens são capitalistas, pertencentes à classe dominante. Este
tipo de romance é documental, sendo retrato de uma época. Foi cultivado
no Brasil por Machado de Assis, em obras como "Memórias Póstumas de
Brás Cubas", "Quincas Borba" e "Dom Casmurro".
Romance naturalista
Sua
narrativa é marcada pela análise social a partir dos grupos humanos
marginalizados, valorizando o coletivo. A influência de Darwin é
marcante na máxima naturalista segundo a qual o homem é um animal,
deixando-se levar pelos instintos naturais, que não podem ser
reprimidos pela moral da classe dominante. A constante repressão leva
às taras patológicas, bem ao gosto dos naturalistas; esses romances são
mais ousados, apresentando descrições minuciosas de atos sexuais,
tocando até em temas como o homossexualismo. Foi cultivado no Brasil
por Aluísio de Azevedo ("O Mulato") e Júlio Ribeiro. Raul Pompéia é um
caso a parte, pois seu romance, "O Ateneu", apresenta características
ora naturalistas, ora realistas, ora impressionistas. Existem várias
semelhanças entre o romance realista e o naturalista, podendo-se até
mesmo afirmar que ambos partem de um ponto comum para chegarem a mesma
conclusão, sendo que percorrendo caminhos distintos.
SÍNTESE DOS AUTORES DO REALISMO/NATURALISMO BRASILEIRO:
Romance realista
- Machado de Assis
- Raul Pompéia (com características tanto do Realismo quanto do Naturalismo)
Social
- Aluízio de Azevedo
- Júlio Ribeiro
- Padre Belchior de Pontes
- A Carne
Obras:
- O Bom Crioulo
- Machado de Assis
- Raul Pompéia
- Aluízio de Azevedo
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