Quinhetismo
Original da Carta de Pero Vaz de Caminha Durante o
século XVI, a Europa vive o Renascimento, época de grandes
transformações culturais. Mas enquanto Portugal cultivava a literatura
clássica e definia melhor a língua portuguesa através de Camões, o
Brasil era apenas objeto da História. Nasceu em pleno Renascimento, mas
foi, de início, deixado de lado pelos portugueses ( estes davam
preferência às colônias orientais ) e só, pouco a pouco, foi sendo
explorado.
Quinhentismo ou também chamada de
literatura informativa foi vivido, no Brasil, em meio aos interesses da
exploração de riquezas materiais. Assim, exploradores, aventureiros,
índios, degredados é que compunham grande parte da população do
primeiro século de vida nacional. Havia também alguns poucos
intelectuais, os jesuítas, que vinham com a Companhia de Jesus.
A
Carta de Pero Vaz de Caminha, escrita em 1500 ao rei Dom Manuel para
dar notícias da nova terra, foi considerada a nossa certidão de
nascimento. Foi o primeiro documento escrito de que se tem notícia.
A
Literatura de Informação neste período, que vai de 1500 a 1601, não
podemos dizer que tivemos textos literários. O que encontramos aqui são
apenas textos de informação. Isto é, os aventureiros, entusiasmados com
a terra recém-descoberta, deixaram manuscritos informando sobre o
gentio, a vegetação, o clima, a fauna e as riquezas. Daí o nome de
Literatura de Informação ou crônicas de viajantes.
Além
das crônicas dos viajantes, havia também a poesia religiosa cultivada
pelos jesuítas no trabalho de catequese. Os representantes mais
significativos da poesia jesuítica do quinhentismo brasileiro são:
Padre Manuel da Nóbrega e Padre José de Anchieta. Essas poesias eram
escritas em Medida Velha ( versos redondilhos ) e de temáticas de
influência ainda da Idade Média. Os jesuítas cultivavam também o teatro
religioso em que eram encenados trechos da Bíblia, sempre com função
pedagógica.
AS CONDIÇÕES PRIMITIVAS DE NOSSA CULTURA FORAM OBSERVADAS PRINCIPALMENTE NOS SEGUINTES TEXTOS:
A Carta de Pero Vaz de Caminha.
História da Província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil e o de Pero de Magalhães Gândavo.
Diário de Navegação de Pero de Lopes de Sousa.
Tratado Descritivo do Brasil de Gabriel Soares de Sousa.
Diálogo sobre a Conversão dos Gentios do Padre Manuel da Nóbrega.
História do Brasil de Frei Vicente do Salvador.
A
Literatura Informativa, além de documentar uma época, serviu como
sugestão para temas de outros estilos literários brasileiros. Isso
aconteceu sempre que se desejou afirmar uma literatura nacionalista em
relação ao excesso de europerização. Os exemplos dessa retomada dos
textos informativos como temas vêm desde José de Alencar até Oswald de
Andrade, Mário de Andrade, Murilo Mendes e Caetano Veloso.
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