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14 de agosto de 2012

Pré-Modernismo e Modernismo

Modernismo

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Quadro de Di Cavalcanti
A primeira guerra mundial, provocou no mundo inteiro, alterações profundas na sociedade. O desenvolvimento urbano e industrial acarretado por ela ocasionou a transformação do panorama sócio-econômico Brasileiro, sobretudo em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Entretanto a literatura conservadora e acadêmica ainda ditava as regras no ambiente cultural Brasileiro. Em pleno século XX, a poesia ainda obedece aos moldes parnasianos, já que mantém a mesma postura do século anterior. Com exceção de alguns poucos autores que, embora presos à linguagem tradicional, manifestaram uma consciência mais critica da realidade Brasileira (como Euclides da Cunha, Lima Barreto, Monteiro Lobato, etc), a maioria ainda cultivava uma literatura de entretenimento e imitação.
Em toda a Europa e, principalmente na França, falava-se em renovação artística, e intelectuais como Marinetti, criador do Futurismo, lançavam manifestos, exigindo liberdade total para a literatura que devia acompanhar a era científica e tecnológica que se vivia. Nos pricipais centros culturais do Brasil (Rio e São Paulo como vimos), uma série de atividades marginais começaram a ser realizadas e culminaram com a Semana da Arte Moderna, realizada no Teatro Municipal de São Paulo, em 1922, e que será considerada o marco inicial do modernismo Brasileiro.
De acordo com a nossa pesquisa dividimos o modernismo em quatro fases, sendo que a primeira pode ser considerada uma escola literária independente das outras:
PRÉ-MODERNISTA (1900 - 1922)
Termo empregado para denominar o período cultural Brasileiro compreendido nas duas primeiras décadas do século XX. O Pré-modernismo não chegou a construir uma escola ou um movimento literário. Foi antes um cruzamento de várias tendências estéticas do fim do século XIX (Realismo, Naturalismo, Parnasianismo, Impressionismo e Simbolismo) com a incorporação de alguns aspectos novos.
Ocorreu apenas no Brasil, não encontrado equivalente em nenhuma outra literatura. Didaticamente, delimita-se este período entre 1902, ano de publicação de Canaã, de Graça de Aranha, e de Os Sertões, de Euclides da Cunha, e 1922, quando foi realizada a Semana da Arte Moderna.
Representantes
Poesia
  • Augusto dos Anjos
Prosa

  • Graça Aranha
  • Euclides da Cunha
  • Monteiro Lobato
  • Lima Barreto
 
1ª GERAÇÃO MODERNISTA (1922 - 1930)
Obra de Tarsília do Amaral
A primeira fase do Modernismo (1922 - 1930), é a de uma geração revolucionária, tanto nas artes como na política: volta-se contra toda espécie de "passadismo" e acredita no progresso e nas possibilidades de transformação do mundo; é uma geração crítica e anarquista; uma geração de combate. Suas armas a piada, o ridículo, o escândalo, a agitação.
Princípios
  • negação do passado, caráter destrutivo ("Sabemos o que não queremos")
  • Eleição do moderno como um valor em si mesmo, segundo Domício de Proença Filho
  • Valorização do cotidiano
  • Nacionalismo
  • Redescoberta das realidades brasileira
  • Desejo de liberdade no uso das estruturas da língua
  • Predominância da poesia sobre a prosa
Autores mais importantes

  • Oswaldo de Andrade
  • Mário de Andrade
  • Manuel Bandeira
  • Alcântara Machado
  • Cassiano Ricardo
 
2ª GERAÇÃO MODERNISTA (1930 - 1945)
Obra do José Pancetti
A partir de 1930. os poetas passam a empregar as mais diversas linguagens, a buscar as mais diferentes formas de expressão moderna. O uso da linguagem coloquial é freqüente em muitos poemas de Murilo Mendes. Em Vinicius de Moraes, nota-se um tom conversacional malicioso, que dá beleza a seus versos. Também o soneto é cultivado.
Autores mais importantes

Poesia

  • Murilo Mendes
  • Carlos Drummond de Andrade
  • Cecilia Meireles
  • Vinicius de Moraes
  • Jorge de Lima
  • Prosa
  • Jorge Amado
  • José Lins do Rego
  • Érico Veríssimo
  • Graciliano Ramos
  • Raquel de Queiroz
Princípios
  • Estabilização das conquistas
  • Diminuição do exagero e radicalismos
  • Ampliação da temática, deixando de usar apenas o particular e tendendo para o universal
  • Regionalismo (preferência por romances)
  • Equilíbrio quanto ao uso do material lingüístico
 
PÓS-MODERNISMO (1945 - ....)
 
"Escrever é prolongar o tempo, é dividi-lo em partículas de segundos, dando a cada uma delas uma vida insubstituível."
(Clarice Lispector)
Já consolidados a partir de 1930 , os ideais modernistas vão gradativamente se transformando, até desaparecer por completo aquela visão de ruptura com o tradicional, de destruição dos padrões vigentes. Novos caminhos são buscados, novos autores surgem.
Cada vez mais presente, em todas as obras, a realidade brasileira. Surge a Geração de 45, nova safra de escritores brasileiros.
No Brasil, a partir da segunda metade da década de 40, a ficção e a poesia apresentam um novo estilo, principalmente no que se refere ao tratamento que os escritores dão à linguagem: preocupação com o apuro formal, restauração da dignidade da linguagem e dos temas. Dentre esses escritores destacam-se:
Na prosa

  • Guimaraes Rosa
  • Clarice Lispector
Na poesia

  • João Cabral de Melo Neto
CONTEXTO HISTÓRICO :
O período que inicia na década de 40 é marcado por importantes acontecimentos mundiais.
Durante a segunda guerra mundial, de 1939 a 1945, o Brasil procura manter-se neutro. É, então, presidente do País o ditador Getúlio Vargas, que comanda o Estado Novo. Porém o ataque-surpresa dos nazistas a cinco navios mercantes brasileiros, em agosto de 1942, obriga o Brasil a abandonar a neutralidade e posicionar-se em face do conflito. Há o rompimento das relações diplomáticas e comerciais do Brasil com a Alemanha, a Itália e o Japão. Em meados de 1949, sob o comando de Mascarenhas de Morais, parte para a Itália a Força Expedicionária Brasileira. Finda a guerra, o País perde 2 mil soldados e 37 navios. Mas, com os Aliados, é vitorioso contra a opressão e a violência. Em 1945, volta a reinar a paz mundial.
Com a vitória dos Aliados ao fim da segunda grande guerra, a permanência da ditadura de Getúlio Vargas torna-se insustentável. Em 1945, o ditador renuncia e retira-se para a sua estância em São Borja (RS). A chefia da Nação é entregue ao presidente do Supremo Tribunal Eleitoral, o ministro José Linhares, até que um novo presidente fosse eleito: Eurico Gaspar Dutra.
Uma ampla anistia política assinala a redemocratização do País e formam-se, então, novos partidos.
Ecos da grande guerra e da ditadura nacional manifestam-se nos poemas de Carlos Drummond de Andrade, "A Rosa do Povo", e no livro de João Cabral de Melo Neto, "O Engenheiro", ambos publicados em 1945.

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